segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Conhece os cães astecas que guiavam os seus donos para o submundo

A máxima conhecida por todos é de que o cão é o melhor amigo do homem. Ela não está errada, mas em algumas culturas esse animal, que sempre está ao lado do seu dono para o alegrar, pode representar muito mais do que somente isso. Na mitologia mexicana, por exemplo, eles eram companheiros dos seus donos também na morte.

Os cães eram sacrificados quando os seus donos morriam para que eles pudessem guiar e acompanhá-los para o submundo. E a raça xoloitzuintle tem uma história bastante interessante para ser contada. Os cães dessa raça nativa do México são magros, sem pelos e tem uma pele enrugada e aveludada. E em comparação às outras raças, eles têm uma população bastante pequena. O que faz com que eles sejam celebrados quando aparecem.

Além da sua baixa incidência, essa raça também tem o seu valor cultural. Eles também são chamados de cães astecas ou xolos e tornaram-se património cultural e um símbolo da Cidade do México. Segundo alguns especialistas, os xoloitzcuintles existem há mais de três mil anos. Já outros dizem que essa é uma das raças mais raras do mundo e foi preservada por sete mil anos sem nenhuma intervenção humana.


HISTÓRIA
Xoloitzcuintle vem de Nahuatl 'Xólotl' do deus de mesmo nome que significa cão. Segundo a lenda, esse deus que era o deus da transformação, das bebidas espirituosas e trevas enviou ao mundo os xoloitzcuintles para que eles protegessem os humanos até o fim dos seus dias e além.

Os animais teriam sido criados a partir dos ossos da vida, que é o mesmo que todo o ser vivo foi concebido. Então, desde que os cães chegaram a Terra, eles tornaram-se eternos companheiros dos seus donos, mesmo depois da vida, já que acreditava-se que o animal guiaria as almas até Mictlan, o submundo da mitologia asteca. Por isso, os cães eram sacrificados e enterrados com os seus donos.

Os xoloitzcuintles que conseguiam guiar os mortos até Mictlan eram aqueles que eram totalmente pretos. Os astecas acreditavam que se o animal tivesse manchas brancas, era porque ele já teria guiado outras almas. Outros povos acreditavam que estes cães podiam também deixar os maus espíritos longe e protegê-los de doenças.


EXTINÇÃO
Essas histórias não passariam de histórias para as novas gerações porque quando os espanhóis chegaram à América, os xeloitzcuintles estavam praticamente em extinção. Isso aconteceu porque os europeus comiam esses cães, que para eles era uma iguaria. Além do que, eles queriam que os costumes religiosos a envolver o animal acabassem.
Felizmente, a extinção não aconteceu, mas a raça não é das mais queridas pelas pessoas pela sua falta de pele. Mas eles são animais de estimação amorosos, leais e territoriais e fazem parte de um legado cultural antigo. 
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