Símbolos estão em todos os lugares e são utilizados por diversos motivos. Durante o Terceiro Reich, o partido nazista apropriou-se da suástica, transformando-a hoje numa das representações mais significativas de tudo o que aconteceu durante o regime.
Junto com outros elementos, a suástica era utilizada em diversas propagandas políticas como uma forma de levantar a moral do país, que estava arrasado após a assinatura do Tratado de Versalhes.
Dentro dessa procura de uma imagem de sucesso, a escolha dos locais que serviram como sede das diversas instituições criadas também possuía grande importância. Foi o que ocorreu com a base da elite militar da Alemanha nazista - a Schutzstaffel, mais conhecida por SS.
Heinrich Himmler foi um dos principais líderes do partido nazista e responsável pela definição do Castelo de Wewelsburg como uma espécie de centro de treinamento espiritual da SS. A edificação despertou a atenção do comandante da organização, que também tinha muito interesse em profecias e poderes mágicos, valores que procurava transmitir para os seus soldados.
SIMBOLISMO PARA TODOS OS LADOS
Em 1933, o castelo foi arrendado por 100 anos. Ele estava em péssimas condições de conservação, mas Himmler acreditava que o local possuía muito significado para o povo alemão. Isso porque ocorreu numa região próxima, no século 1, a Batalha da Flores de Teutoburgo, na qual tribos germânicas derrotaram o temido exército romano.
Como simbolismo é pouco, durante a reforma Himmler renomeou as salas com heróis militares como Rei Arthur, Rei Henrique, o Leão, Viduquindo e Frederido II da Prússia. As paredes foram decoradas com suásticas, antigas runas germânicas e outros símbolos.
Tudo no castelo foi ajustado para glorificar a população alemã e as suas conquistas. Na sala do general, foram colocados 12 pilares, representando a mesa redonda do Rei Arthur, com uma chama sagrada a guardar cada um deles. No centro dela existia, no piso, um sol negro estilizado com 12 pontas, cada uma representando um dos líderes da organização.
Ali eles reuniam-se e participavam de rituais ocultos em celebração ao nazismo, mas não se sabe muito sobre o assunto. Indícios mostram que era feitos "batismos", e as cisternas foram esvaziadas para que se transformassem em criptas.
CENTRO ESPIRITUAL
Himmler acreditava que, após a vitória final da Alemanha, o local seria o centro espiritual do mundo e os integrantes da SS, sacerdotes do novo mundo - inclusive, certos objetos do local irradiariam poder mágico. Tanto que, antes das missões, os líderes do grupo reuniam-se no castelo para uma preparação espiritual.
Outro comportamento nada comum era o facto de cada membro da organização receber um anel com uma caveira e símbolos místicos entalhados. Após a morte deles, os anéis eram recolhidos e depositados numa urna no castelo. Ninguém sabe o paradeiro deles ou o motivo de juntar todos, mas acredita-se que tenham sido enterrados numa montanha próxima.
REFORMA E DESTRUIÇÃO
Para que as obras fossem aceleradas, foi montado ali um pequeno campo de concentração, composto por criminosos e presos de guerra. Segundo estimativas, cerca de 4 mil pessoas trabalharam no local ao mesmo tempo.
Assim que chegaram informações sobre a derrota iminente, a ordem foi de que tudo fosse destruído. Os suprimentos de explosivos estavam escassos, então o que não pôde ser implodido foi queimado.
O exterior do castelo manteve-se intacto. Ele foi restaurado e, hoje, funciona como um museu, que mostra horrores que aconteceram durante o período nazista, bem como os planos absurdos de Himmler para o local e o mundo.