domingo, 20 de janeiro de 2019

"Maria, a Rainha dos Escoceses": Um duelo entre duas mulheres

"Maria, Rainha dos Escoceses", estreou esta semana e traz Saorsie Ronan (Lady Bird) no papel de Mary Stuart, rainha da Escócia e rainha consorte de França, durante o século XVI, que tentou destronar a prima Isabel I, rainha da Inglaterra, que exercia também domínio sob o território escocês.
A vida turbulenta desta rainha e a sua relação com a prima, Isabel I, interpretada, neste filme por Margot Robbie, são o mote deste filme que volta a explorar uma época tão conturbada, como rica da história do Reino Unido, numa altura em que a incerteza do futuro paira sobre o pano da Union Jack, com os desafios do acordo do Brexit.

Dirigido pela realizadora Josie Rourke, a história é inspirada no livro de John Guy, que também colaborou no guião, "Queen of Scots: The True Life Of Mary Stuart".
Rainha da França aos 16 e viúva aos 18, Maria desafia a pressão de voltar a casar e opta pro regressar ao país natal, a Escócia, para recuperar o seu direito ao trono, numa altura em que a Escócia e Inglaterra estão sob o domínio da imperiosa Isabel I.

Ambicionando governar como mais do que uma mera representante, Maria impõe a sua reivindicação ao trono inglês e ameaça a soberania de Isabel. No filme, inspirado em factos históricos, refere a respetiva sinopse, sublinham-se a traição, a revolta e as conspirações em cada uma das cortes acabam por colocar em perigo ambos os tronos e mudar o rumo da história. Mas o filme retrata também a  admiração mútua entre duas mulheres com poder num mundo de homens, de pretensões expansionistas de outros reinos e divisões religiosas, entre protestantes e católicos. Cada uma das jovens rainhas vê a sua oponente, simultaneamente, com terror e fascínio. No filme, são apresentadas como rivais no poder e no amor, mas são também regentes num universo dominado pelo poder masculino, tendo de decidir entre o casamento e a sua independência.

O filme de Josie Rourke põe em destaque duas figuras femininas que disputaram um período importante da história do Reino Unido, contrabalançando com o destaque, quase hegemónico, e um retrato mais favorecido, dado a Isabel I, nos filmes de Shekhar Kapur - "Elizabeth I" (1998) e "Elizabeth - A Idade de Ouro" (2007), que tiveram Cate Blanchett no principal papel.



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