"Fiquei chocada, não conseguia ouvir, não conseguia falar. Pensei como poderia aquilo ter acontecido, como é que tive 0?". A família da aluna suspeitou imediatamente de fraude. E se, inicialmente, chegou a supor-se que Mariam teria sido chumbada por fazer parte da minoria cristã no Egito, as suspeitas foram rapidamente descartadas. Trata-se, segundo a visada, de um caso de corrupção.
À BBC, a irmã de Mariam, Mina, garante que a escola ou os examinadores terão trocado as folhas de teste da estudante pelas de outro aluno mais fraco - ou de família influente. E apesar de este tipos de casos não serem raros no Egito, assinala a BBC, a história de Mariam ter merecido grande atenção mediática e foi mesmo criada um página no Facebook de apoio à aluna, que nesta altura já reúne mais de 34 mil subscritores.
Para ter zero, seria necessário que Mariam não tivesse respondido a praticamente nada do que lhe era proposto. E as folhas de exame que vieram a público como sendo as suas estavam exatamente assim. Após a denúncia de Mariam, o ministro egípcio da Educação chamou-a para que a sua caligrafia fosse comparada com a de quem assina as provas em seu nome, tendo concluído que se tratava efetivamente da letra da estudante. Mas Mariam nega e chegou a apresentar-se na televisão, para ser filmada a escrever e poder comprovar que a sua caligrafia em nada se assemelha à dos exames que tivera zero- Desde que contou a sua história, uma outra aluna com histórico de excelentes notas veio a público denunciar que tinha sido vítima da mesma situação.
Entretanto, a família Malak já conseguiu encontrar-se com o primeiro-ministro do Egito, que prometeu analisar o caso, e garante que irá até ao fim para que Mariam seja avaliada de acordo com as suas capacidades e consiga, finalmente, entrar na faculdade de medicina.
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