sábado, 21 de outubro de 2017

O misterioso caso das crianças verdes de Woolpit

No século 12, no vilarejo de Woolpit em Suffolk, na Inglaterra, duas crianças de aparência verde foram encontradas na saída de um dos fossos da região por moradores que faziam a colheita das suas plantações.

As crianças, um menino e uma menina, não falavam uma palavra em inglês e comunicavam-se com uma linguagem desconhecida pelos cidadãos de Woolpit. A lenda conta que os dois foram levados para a casa de um morador, Richards de Calne, que responsabilizou-se por cuidar deles.

Por vários dias, as crianças recusaram todos os tipos de comida. Apenas quando feijões foram oferecidos, a menina e o menino tiveram apetite. Depois de um tempo, eles perderam a coloração verde das suas peles, mas o menino acabou por adoecer e morrer logo após o seu batismo.


Pequenos seres verdes de um mundo subterrâneo

A menina sobreviveu e cresceu e, eventualmente, aprendeu a falar inglês. Ela explicou aos seus guardiões que ela e o seu irmão vieram de um mundo sem luz do sol, com pouca luminosidade, e que não sabia dizer ao certo como eles foram parar na região de Woolpit.


Diferentes leituras tentam explicar o mistério sobre essas crianças. Há quem acredite que elas vieram mesmo de um mundo subterrâneo ou talvez até de um universo paralelo. Outra teoria que acompanha essa lenda é a de que eles eram alienígenas e que poderiam ter aterrado na Terra por engano.

A teoria mais aceite hoje em dia, porém, é que as crianças escapavam da perseguição do rei Henrique II contra os invasores flamengos (belgas), e que fugiram do vilarejo de Fornham St. Martin quando este foi destruído pelo exército britânico num ataque que também matou os seus pais.


A história por trás da lenda

O historiador Paul Harris explica, na sua análise publicada em 1998 sobre o evento, que as crianças esconderam-se nas florestas da região e que desenvolveram anemia por terem ficado muito tempo sem alimentação. Isso poderia explicar a coloração verde das suas peles quando elas foram encontradas posteriormente em Woolpit.

O fato de a menina não ter lembranças claras da sua vida anterior pode ser resultado dos eventos traumáticos vivenciados, assim como a privação alimentar pode ter afetado a sua capacidade de raciocínio e memória durante o período de fuga entre florestas e cavernas.

A menina recebeu o nome de Agnes quando foi batizada, e há indícios de que tenha se casado com um oficial britânico chamado Richard Barre. A lenda das crianças de Woolpit, mesmo com o caráter folclórico e misterioso, foi registada na época por dois historiadores: William of Newburgh e Ralph of Coggeshall.


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