Mesmo que os gregos e os romanos já utilizassem a cremação em 1.000 a.C., durante muito tempo a ténica foi um tabu na sociedade, principalmente pela imposição da Igreja Católica que, até 1964, não permitia que os fiéis fossem cremados.
Mas não só os católicos têm restrições quanto à cremação. Para os judeus, o corpo não pode ser destruído, já que a alma se separaria dele durante a decomposição. Já o espiritismo recomenda esperar pelo menos 72 horas após a morte, tempo que seria necessário para a alma se desvincular. Em entrevista ao programa "Pinga Fogo", Chico Xavier disse: "Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas, de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório".
O que é necessário para ser cremado?
Há certos pré-requisitos associados à cremação por ser um processo irreversível, a começar pela certidão de óbito do falecido e a permissão de um médico legista. Além disso, se a pessoa não deixou a sua vontade escrita e documentada, é preciso obter um formulário de autorização de cremação preenchido e assinadopelo parente mais próximo. Porém, se a família se opuser, o processo não poderá ser realizado.
Como é impossível determinar a causa da morte depois da cremação, alguns estados também têm um período de espera de 24 a 48 horas após a morte, principalmente em casos de morte violenta.
Há também algumas exigências em relação ao recipiente que será utilizado no processo, que deve ser resistente ao vazamento de fluídos corporais e fornecer proteção aos operadores dos crematórios que precisam lidar com essas caixas.
Caso o falecido tenha um marca-passo cardíaco, recomenda-se tirá-lo antes da cremação, pois o mesmo pode explodir e causar danos no incinerador, além de ferir o pessoal operacional. Além disso, este equipamento contém mercúrio, que é prejudicial quando é libertado na atmosfera.
Como funciona a cremação?
Depois de tudo acertado, o corpo é colocado numa camara de cremação e submetido a um calor extremo e a chamas diretas, a uma temperatura que varia entre 1.400 e 1.800 graus Celsius - no nosso corpo não há nenhuma célula que aguente uma temperatura maior do que mil graus.
O processo costuma levar até três horas, dependendo de fatores como o peso do morto, o tipo de caixão ou recipiente em que o corpo é colocado e a temperatura da camara.
O calor seca o corpo, queimando a pele e o cabelo, contraindo e carbonizando os músculos, vaporizando os tecidos moldes e calcificando os ossos, fazendo com que eles se desintegrem. Após esse período, o cadáver é reduzido a restos de esqueletos, com alguns pedaços de ossos restantes.
As partes que não foram queimadas, tais como implantes e pontes, são separadas com a ajuda de um iman bastante forte. Finalmente, os pedaços de ossos que restaram são triturados ou cremados novamente e transformados num pó fino e uniforme. As cinzas são, então, colocadas num recipiente temporário ou numa urna de cremação e entregues à família.
As cinzas podem ser espalhadas, enterradas, atiradas ao mar ou mesmo permanecer guardadas.
Modo mais ecológico de morrer
Feita de maneira correta, a cremação é o modo mais ecológico de morrer, já que a queima dos corpos liberta apenas água e gás carbónico em pequenas quantidades. Já os resíduos tóxicos acabam por ficar retidos em filtros de ar.
Além disso, através do processo, terrenos não são ocupados nem correm risco de contaminação. Segundo o site Planeta Sustentável, "uma pessoa com 70 quilos de massa transforma-se em 1 ou 2 quilos de cinzas, enquanto sob a terra a decomposição pode durar até dois anos e deixar cerca de 13 quilos de ossos para a posteridade".
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