segunda-feira, 23 de maio de 2016

À segunda noite, Adele chorou. E prometeu voltar

"Quando escrevemos uma canção, o melhor que pode acontecer a um artista e escritor de canções é que os outros a façam sua", disse uma mais sentimental Adele antes de lançar Someone Like You, aquela canção em que o público a acompanhou do principio ao fim. "Vi duas crianças a cantarem enquanto fazia este caminho [do palco secundário, no centro do Meo Arena, até ao palco principal, junto da sua banda], e emocionei-me", admitiu, com voz trémula.

Eram 20.10 quando Adele subiu ao palco - uma subida literal, numa plataforma elevatória, no centro do Meo Arena. A primeira canção só podia ser uma Hello, o mais reconhecido single do último disco, 25. O último trecho da canção chegou já do palco principal e com a bandeira de Portugal aos ombros.

A cantora britânica elogiou de novo o o concerto de sábado à noite, aquele que tinha considerado um dos melhores concertos de sempre, e desafiou o Meo Arena, outra vez cheio lotado, a superar. "Quem é que esteve cá ontem?", quis saber, perguntando às mais de 16 mil pessoas do público. Houve muitos braços no ar. "Vocês vão aborrecer-se".

Depois de Hometown, vieram Rumour has it e Water under the Bridge. "Tenho poucas canções para dançar, portanto vou despachá-las já e depois podemos chorar", afirmou, arrancando mais gargalhadas ao público.

Como tinha acontecido no sábado à noite, cada canção foi pontuado pelos comentários de Adele, tanto sobre o que a levou a escrever cada canção como sobre o que fez em Lisboa. Sempre com bom humor. Além de ter ido ao concerto de Bruce Springsteen, à praia e ao jardim zoológico, também foi ao oceanário com o filho, Angelo, provou a fozinha portuguesa, que elogiou, tal como elogiou Cristiano Ronaldo ("Ele foi visto em Londres, pode ser que ainda volte").

No arranque do concerto, deixou-se fotografar de perto por quem estava nas primeiras filas, ao contrário do que aconteceu com os profissionais da imagem. Apenas uma agência de fotografia pôde fotografar a artista em palco. E quis saber se havia presentes de aniversário, de Natal ou surpresa entre os que tinham conseguido bilhete para o espectáculo. "E há alguém obrigado?".

Nesses primeiros momentos, enquanto tomava o pulso à sala, chamou ao palco uma menina. Com ela veio a mãe. Fizeram fotos e selfies e no final a artista pediu que a criança, de 8 anos, assistisse ao concerto sentada num degrau junto a um dos corredores de acesso ao palco principal. "Garantam que ela não fica esmagada", pediu. E quando uma pessoa na plateia se sentiu mal, foi ela, desde o palco e a meio de uma canção, a avisar: "Alguém desmaiou". "Está tudo bem?", perguntou no final.

Nesse contacto mais directo com o público, chamou um rapaz louro que a chamou a atenção por ter acompanhado de fio a pavio uma das suas canções. E, quando percebeu que era de Madrid, quis saber que outras nacionalidades estavam na sala. Além de espanhóis e franceses, manifestaram-se australianos e norte-americanos. "E em Berlim, num dos concertos, quando perguntei quem lá estava da Alemanha, fez-se silêncio",contou.

Previsivelmente, foram os seus maiores êxitos - Chasing Pavements, Someone Like You, Set Fire to the Rain e Rolling in the Deep - que mais fizeram vibrar a audiência. Fez graças com o facto de ter feito sucesso com um disco em que falava do fim da sua relação com o ex-namorado, 21, desculpou-se pelo facto de ter demorado tanto a escrever 25 e como Sweetest Devotion. Era a canção que queria escrever para este disco e que só a concluiu muito perto de ser mãe, depois de ter passado vários meses a comer e a ver as Kardashians. "Tinha medo que com o parto se fosse tudo, até a criatividade".

No final, prometeu regressar "nem que seja de férias". As luzes acenderam-se antes das 22:00.
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