domingo, 3 de dezembro de 2017

O padre estripador que foi condenado à morte e chocou a igreja

Hans Johannes Scmidt nasceu em 1881, na pequena cidade de Aschaffenburg, na Alemanha. Desde cedo, a sua família viu com bons olhos a intenção do rapaz em ser padre: uma das suas brincadeiras preferidas era vestir-se como tal e celebrar missas no quintal da casa.

A sua mãe incentivou-o e chegou a fazer até uma gola branca, igual à usada pelos ministros da fé. Dessa forma, o destino de Hans já estava traçado, levando-o ao seminário na adolescência.

Porém, essa não era a única paixão do jovem. Ele passava muito tempo sentado num matadouro da cidade a ver o abate dos animais. Só muito tempo depois descobriu-se que Hans sentia excitação com cenas de agressão.


Os problemas com o sacerdócio

Hans Johannes Schmidt
Aos 25 anos, ele foi ordenado padre e colocado numa igreja da região. A sua primeira experiência não foi bem-sucedida: ele não se deu bem com os seus superiores e foi enviado para outra igreja, o que se repetiu ao menos quatro vezes.

Na quarta igreja pela qual passou, Hans ainda foi acusado de falsificação e chegou a ser levado ao tribunal. Entretanto, o juiz aceitou as alegações do jovem padre, que afirmou sofrer com distúrbios psicológicos. Como punição, ele foi suspenso do sacerdócio.

Com a ajuda dos seus pais e o dinheiro que tinha extorquido de fiéis fervorosos, ele decidiu afastar-se e mudou-se para Kentucky, nos Estados Unidos. Usando cartas de recomendação falsificadas, ele logo conseguiu uma colocação numa paróquia da região.


O romance proibido

Não demorou muito para que Hans entrasse em conflito e fosse transferido para outra igreja, dessa vez localizada em Manhattan, Nova Iorque.

Foi nessas circunstâncias que ele conheceu uma funcionária do local, a jovem Anna Aumuller, de 21 anos. Ela era austríaca e tinha-se mudado para o país à procura de trabalho. Mesmo sendo proibido, os dois envolveram-se amorosamente.


Sem se preocupar com responsáveis pela igreja, o casal manteve o relacionamento por anos e, em determinado momento, foram descobertos. Anna foi despedida e Hans, novamente, foi transferido.

Mesmo afastados da paróquia, eles queriam provar que para o amor não havia barreiras. Assim, decidiram casar-se e o próprio Hans foi o responsável pela cerimónia improvisada.


O assassinato a sangue frio

Em 1913, Anna estava radiante e foi logo contar a novidade a Hans: estava grávida. Entretanto, o futuro pai não ficou feliz com a notícia, já que esconder um casamento era fácil, mas um filho, não.

Sem pensar duas vezes, no dia 2 de setembro, Hans chegou ao apartamento em que Anna morava e decapitou-a usando uma enorme faca de cozinha. O padre ainda serrou o seu corpo, embrulhou as partes em fronhas e atirou-as no rio Hudson.

Apenas três dias depois do bárbaro crime, dois jovens que passavam ao longo da margem do rio viram uma fronha a boiar na água e, por curiosidade, resolveram verificar. Assim que se depararam com partes do corpo, chamaram a polícia. Os oficiais logo identificaram que o cadáver pertencia a uma mulher na faixa dos 30 anos e que estaria grávida.

Ao investigarem as fronhas encontradas no crime, conseguiram chegar à fábrica que as produziu e, pelos seus bordados únicos, a quem tinha feito a compra: Anna Aumuller.

No apartamento da vítima, foram encontradas muitas manchas de sangue pelo chão e paredes. Foi o senhorio de Anna que contou aos agentes qua a jovem vivia ali e que se tinha casado pouco tempo antes.

Eles ainda descobriram que o último trabalho de Anna tinha sido na igreja em St. Boniface. Lá os responsáveis da paróquia disseram aos detetives que ela tinha sido despedida por se envolver com um padre, que naquele momento estava em Manhattan.


Cerco fechado

Procurado pela polícia, Hans acabou por se entregar: não só confessou o crime, como contou detalhes sobre as suas falsificações, que envolviam inclusive um diploma de medicina, profissão que exercia sem permissão.

Levado novamente a tribunal, Hans tentou repetir a tática e alegou ter distúrbios psicológicos. O júri dividiu-se: metade queria uma punição pesada, enquanto a outra parte não aceitava a ideia de prender um padre, acreditando que ele realmente sofria de alguma doença mental.

O juiz, ciente de todos os crimes cometidos por Hans, condenou-o à morte. No dia 18 de fevereiro, Hans sentou-se na cadeira elétrica na prisão de Sing Sing.




Novas descobertas

Os polícias ainda vieram a descobrir um apartamento secreto do padre, onde ele guardava uma máquina de falsificar dinheiro e uma série de manuscritos que envolviam planos de assassinatos em série.

Numa igreja de Louisville, onde Hans tinha ficado por um curto período de tempo, o corpo de uma menina de 9 anos foi encontrado desmembrado. Outro caso, que na época estava sem solução, foi ligado ao padre: uma menina tinha sido encontrada morta perto da casa de Hans.

A cada descoberta, os polícias espantavam-se mais: quantas pessoas foram mortas nas mãos do padre? Essa questão nunca foi respondida.
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