Aplicações de encontros, como o Tinder, ou mesmo redes sociais populares, podem estar a criar um novo tipo de solidão. É isso o que acredita a psicoterapeuta Esther Perel, que concedeu uma entrevista ao podcast Recode Decode, apresentado pela jornalista Kara Swisher.
No caso de relacionamentos, Esther falou que o vício em telemóveis pode estar a contribuir para o surgimento dessa nova definição de estar sozinho. Ela diz que a nova solidão não tem mais necessariamente a haver com estar isolado socialmente, mas sim com a experiência de perda de confiança e de capital.
Para ilustrar o tipo de situação que acontece com frequência hoje em dia, ela citou o caso de um paciente que sentia estar a ser traído pela esposa com o smartphone. Isso acontecia porque ela ficava deitava na cama a olhar o Instagram , enquanto o parceiro sentia a necessidade de conversar e se comunicar. Nesses casos, a pessoa está fisicamente presente numa relação, mas ausente em todas as outras formas.
A terapeuta também falou sobre as mudanças causadas com o surgimento de aplicações como o Tinder e o Bumble. Enquanto antigamente, quando a maioria das pessoas ainda vivia em cidades pequenas, haviam opções limitadas de possíveis relacionamentos, as aplicações levaram esse número facilmente à casa dos milhares.
Um dos problemas que resulta disso é que até mesmo pessoas em relacionamentos bons e saudáveis sentem o famoso FoMO, o 'medo de ficar por fora', e vivem com o medo constante de que poderiam sempre estar num relacionamento ainda melhor. "Tu ficas constantemente a ver se não tem nada melhor por aí. Basicamente, o ritual de comprometimento virou apagar as aplicações: 'Encontrei aquela pessoa especial! Posso parar de procurar! Posso apagar a aplicação".
quarta-feira, 21 de março de 2018
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