sábado, 11 de novembro de 2017

A trágica história de lady Diana Spencer do século 18

Lady Diana Spencer era alta, bonita e gostava de música. Por causa da sua linhagem, ela tinha os atributos vistos na época como ideais para ser a esposa perfeita de qualquer aristocrata, mas estava prometida ao príncipe de Galas.

No entanto, desde cedo ela sofreu com a perda de entes queridos e estava destinada a morrer jovem. E o seu nome só voltaria a ser lembrado 190 anos depois da sua morte.

Lady Diana Spencer, nascida em 1710, foi antepassada de Lady Diana Spencer que 750 milhões de todo o mundo viram a casar-se com Charles, o príncipe de Gales, em 1981, e cuja morte num acidente de carro foi lamentada no mundo todo há 20 anos, em 1997. 

A Lady Di do século 20 foi batizada de Diana em homenagem à antepassada do século 18, mas a história da sua parente distante ainda é pouco conhecida. 


Avó poderosa
Diana, a do século 18, era a mais nova dos cinco filhos do conde e da condessa de Sunderland, Charles e Anne Spencer. A "querida e amada Di", como era chamada carinhosamente, perdeu a mãe quando tinha 6 anos (no século 20, a segunda Lady Diana deicou de viver com a mãe aos 7 anos, quando os seus pais se divorciaram).

O seu pai, que voltou a casar-se e teve outros três filhos que morreram na infância, faleceu quando Diana tinha apenas 12 anos. 

Pouco depois morreu também o seu avô, o duque de Marlborough, e Diana ficou sob os cuidados da sua avó, a duquesa Sarah Churchill - uma das mulheres mais poderosas da Inglaterra e amiga íntima da falecida rainha Anne. Diana era a sua neta favorita. 

Com o passar dos anos, ela tornou-se uma jovem alta, atraente e encantadora, inseparável da sua influente avó, de quem cuidava. 

Com isso, Diana tornou-se a noiva mais cobiçada do Reino Unido na época. Todas as propostas de casamento que recebeu, no entanto, foram rejeitadas pela sua avó, que tinha  planos mais ambiciosos. 

Frederick, o príncipe de Gales, aceitou a oferta para se casar com Lady Diana, mas o governo tinha outros planos; ele morreu antes do seu pai e não chegou ao trono. 
Aproveitando que o filho mais velho do rei George 2º, o príncipe de Gales, Frederick, estava endividado, a avó de Diana ofereceu-lhe cerca de 100 mil libras - uma soma extravagante na época - para que se casasse com a sua neta numa cerimónia secreta. 

O príncipe aceitou e tudo corria como planeado, até que espiões do primeiro-ministro, Robert Walpole, o alertaram. O governo preferia que o futuro rei se casasse com uma europeia, e a eleita era a princesa Augusta de Saxe-Coburgo-Gota (um ducado do Sacro Império Romano-Germânico), que tinha apenas 16 anos. 

Por razões diplomáticas, Lady Diana Spencer acabou por não se casar com o príncipe - diferentemente da sua descendente, dois séculos depois. 


Má sorte
Diana Russell, a duquesa de Bedford  que morreu aos 25 anos. 
A "pequena Di"casou-se com o lorde John Russell, e eles tornaram-se o duque e a duquesa de Bedford.

Por causa de um acidente com uma carruagem, o seu primeiro filho nasceu prematuro e morreu um dia depois do seu batismo. Nos registos da época, foi revelado que outro bebé foi colocado no lugar do filho de Diana até que ela tivesse "força suficiente" para saber da sua morte. 

Na sua segunda gravidez, Diana sofreu um aborto espontâneo, e a ansiedade do duque por um herdeiro fez com que ela se sentisse cada vez mais sob pressão. 

Em 1735, a duquesa começou a ter enjoos matinais, que acreditava significarem uma terceira gravidez. Mas ela começou a perder peso rapidamente, em vez de ganhar. 

Logo ficou claro que Diana tinha contraído tuberculose. Ela morreu pouco depois, aos 25 anos. 

A exemplo do que ocorreu com a Lady Di no século 20, a morte da duquesa de Bedford foi profundamente lamentada pelos que a conheciam. O seu caixão desfilou pelas ruas numa carruagem antes do enterro. 

A descendente de Lady Di, primeira a receber o seu nome, acabou por se casar com o herdeiro do trono britânico, numa cerimónia que foi assistida pelo mundo todo. 
Só em 1765, 30 anos depois da sua morte, o rei George 3º - filho do príncipe Frederick - criou o título de earl Spencer, ou conde Spencer - para a família.

Das várias gerações que se seguira, a 8ª, do conde John Spencer, o pai de Diana, foi a primeira a usar o nome para uma menina. 

Isto ocorreu no dia 1 de Julho de 1961, quando John Spencer e Frances Roche resolveram homenagear a antepassada  no nascimento da sua quarta filha. Esta, sim, acabaria por se casar com o príncipe de Gales do século 20 e tendo dois filhos, William e Harry. O casamento, no entanto, acabou em divórcio. 
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