terça-feira, 14 de novembro de 2017

Conhece a história de 5 das maiores Drag Queens do século passado

1. As Rocky Twins
Dois gémeos noruegueses, Leif e Paal Roschberg, fizeram enorme sucesso ao imitarem as lendárias gémeas húngaras Dolly Sisters, em Paris, na década de 1920. Talentosos como dançarinos de jazz, foi através de performances femininas que os irmãos estouraram. Eles chegaram até mesmo a estrelar grandes produções de cinema francês, como "L'Argent" (1928). 
Depois de arrasarem na Europa, os Estados Unidos tornaram-se um caminho natural. Com feições belas e andróginas, as Rocky Twins participaram em diversos espetáculos em Hollywood. A meteórica carreira de sucesso acabou em 1937, quando Paal e Leif decidiram separar-se. Isso não os impediu, entretanto, de entrar para o hall da fama do universo Drag.


2. Barbette
A drag Barbette nasceu Vander Clyde, no Texas (EUA), entre 1898 e 1904 - o ano exato é um mistério. A sua origem enigmática não foi empecilho para ela se tornar uma das mais famosas drag queens de Paris na sua época. 
A sua descoberta no universo feminino é curiosa. Vander foi chamado para substituir uma das irmãs Alfaretta, que fazia sucesso no trapézio circense. Com a morte de uma delas, a vaga ficou em aberto, mas era necessário que ela se vestisse de mulher para o espetáculo poder continuar como estava previsto. 
A primeira aparição como Barbette foi em 1919. Com movimentos graciosos no trapézio, ela encantou todos com a sua delicadeza e suavidade acrobática. No final da apresentação, uma surpresa: Barbette arrancou a peruca, mostrou-se como homem e ainda ensaiou poses típicas de halterofilista exibindo os seus músculos - algo extremamente masculino. 
Com passagens pelo Casino de Paris, pelo Folies Bergere e pelo Moulin Rouge, Barbette tornou-se um dos maiores ícones do universo drag, até se afastar do glamour dos palcos no final dos anos 30, vítima de pneumonia e poliomielite, que enfraqueceram as suas articulações. Ela continuou a trabalhar com arte, mas nos bastidores, até cometer suicídio em 1973.

3. Julian Eltinge
Willian Julian Dalton nasceu em 1881, mas foi sob o nome de Julian Eltinge que atingiu o sucesso no meio artístico europeu do começo do século passado. Sobre a sua vida particular pouco se sabe - dizem que era homossexual, mas, reprimido pelo pai, acabou por ter uma vida dupla e casou-se. 
Apesar disso, a drag Julian Eltinge teve aprovação da mãe, que incentivava o menino de 10 anos a vestir as suas próprias roupas. Ainda na sua formação, teve aulas de dança que a ajudaram nas suas performances a ponto de ser considerada a melhor drag queen da sua época. Julian deu a volta à Europa e aos Estados Unidos com o seu talento artístico. 
No teatro, fez sucesso com o papel principal de "A Viúva Fascinante". Tanto que se tornou um dos mais bem pagos artistas da sua época: US$ 250 mil por apresentação. Dos palcos para o cinema foi um pulo, mas a Grande Depressão do começo dos anos 30 afundou a sua carreira. 
Julian tornou-se alcoólica e passou a apresentar-se em bares de baixo calibre. A causa da sua morte não é clara: alguns dizem que a famosa drag morreu de diversas doenças, mas outros apontam o suicídio, em 1940, como o fim de uma vida dedicada à arte. 

4. Bert Savoy

Aos 14 anos, Everett McKenzie tornou-se Bert Savoy e brilhou no universo drag no começo do século passado. Craque na dança de salão, Bert era uma espécie de "dançarina de aluguer", sendo par de diversos homens em clubes dos anos 20 e 30. 
Além da dança, McKenzie também tentou a sorte noutra área: a astrologia. Dando vida à cartomante Madame Veen, entretanto, ele foi preso e desistiu dessa carreira. Ele casou-se, então, com uma corista e voltou a apresentar-se como Bert Savoy em espetáculos de Vaudeville e da Broadway. A fama foi instantânea, e Bert tornou-se uma das maiores drags norte-americanas da sua época. 
A carreira, entretanto, foi curta. Ela estava a passear pela praia e Long Beach, nos EUA, quando foi atingida por um raio e faleceu na hora. 

5. Lavern Cummings

Uma das maiores drag queens do século 20, Lavern Cummings encantava todos com a sua beleza estonteante e a sua voz de soprano. Uma das suas marcas registadas era o seu impecável cabelo natural - ao contrário da maioria das drags, que usava peruca. 
Nos anos 30, a companhia Jewel Box Revue apostou no tranformismo ao montar um espetáculo itinerante apenas com drag queens. Lavern fez parte do elenco a partir dos anos 50 e chamou a atenção pela sua voz. Ela arrebatava a plateia tanto com timbres femininos quanto masculinos. 
O auge do sucesso veio a partir de 1956, quando ingressou no Finocchio's Club, em São Francisco (EUA). Ela fez carreira como cantora e apresentou-se nessa boate por três décadas.
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