segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A verdadeira história que inspirou o filme: O Sexto Sentido

No cinema, o suspense e o terror são dois géneros que muitas vezes são combinados dentro do mesmo para adicionar emoção e mistério a uma trama, assim como os filmes "Psicose", de Alfred Hitchcock e "O Silêncio dos Inocentes" de Jonathan Demme. Estes filmes receberam indicações ao Óscar e ganharam até 5 estatuetas. Seguindo essa linha, o diretor Shyamalan criou um trabalho que fez um estrondoso sucesso em 1999, trata-se do enigmático filme "O Sexto Sentido". Mas afinal como nasceu uma ideia tão original? O que Shyamalan viu e que inspirou para isso?


Nos filmes como em qualquer outro trabalho literário ou plástico, há muito da interioridade do seu autor, de sentimentos, experiências, da concepção do mundo que o rodeia, da sua maneira de interpretá-lo e de expressá-lo e no caso particular do diretor de "O Sexto Sentido", parte de uma mentalidade bastante aberta em relação ao sobrenatural, como ele explicou numa entrevista concedida recentemente ao jornalista Javier Pérez cAMPOS: "... vivemos rodeados por um mundo sobrenatural, se pudermos educar a nossa percepção a esse mundo, poderemos vê-lo. Todas as crianças podem fazer isso".

M. Night Shyamalan

Na sua opinião, o mundo está cheio de mistérios envolvidos naquela magia do desconhecido que a racionalidade excessiva mata. Um conceito que transmite no seu trabalho através da personagem Cole Sear (Haley Joel Osment). De acordo com o próprio Shyamalan, a inspiração para a criação do filme, veio durante um funeral ao qual assistiu, em que todos os convidados comentaram sobre como a morte do falecido afetou a menina que estava presente na cerimónia. A menina parecia falar com alguém que só ela podia ver e que, segundo os parentes, era uma fantasia que ela tinha desenvolvido para superar o trauma e não se sentir tão sozinha. A partir disso, começa a considerar a possibilidade de na realidade não ser o clássico amigo invisível. E se fosse realmente o próprio falecido que não a deixa com o seu espírito?


Mas este evento certamente não foi o único que Shyamalan pediu emprestado das suas experiências pessoais para refletir no seu filme. Ele confessou também a Javier Pérez Campos, uma lembrança da sua infância, na qual ele afirma que teve uma experiência paranormal quando, na casa de um amigo, foi até ao sótão e quando olhou a janela, viu no vidro um reflexo de uma menina, uma menina que não existia, um fantasma. Semelhante ao que aconteceu com a personagem principal de "O Sexto Sentido" uma criança que tinha a habilidade de ver não só os mortos, mas também de ajudá-los a resolver os seus conflitos pendentes para alcançar a libertação da sua alma. 
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