terça-feira, 12 de abril de 2016

Silenciar sentimentos pode colocar a tua saúde em risco. Conhece os perigos

Quantas coisas reprimimos diariamente? Guardamos sentimentos como quem esconde um tesouro roubado, no entanto, não roubamos sentimentos, portanto, não faz sentido escondê-los de uma forma tão dura assim.

"Tu podes enganar-te e enganar muitas pessoas ao fazer o papel de bonzinho, de coitadinho ou contar mentiras para não ferires essa ou aquela pessoa. Tu podes esconder tudo de todos, mas o teu corpo sente e reage as agressões que tu tens cometido contra ele.

Se tu continuas naquele relacionamento que não suportas mais, naquela rotina que turra a tua alegria, naquela sociedade que já se desgastou, naquele emprego que rouba o teu prazer, ou naquela amizade mais falsa que uma nova de 30€, o teu corpo vai sentir essas emoções e como uma bateria, vai carregar e armazenar esses sentimentos, até que um dia vai explodir como uma bomba atómica.

Desde crianças, somos obrigados a segurar as emoções. Muitos pais ensinam que chorar é "sinal de fraqueza", "masturbação é pecado", "sexo é vergonhoso e ter prazer é coisa de pessoas sem vergonha".

Desde muito pequenos, vamos sendo castrados nos nossos sentimentos e emoções e quando podemos tomar as nossas próprias decisões, em nome de "convenções da sociedade", seguramos a nossa raiva, a nossa indignação, não abraçamos os nossos amigos, não beijamos mais por uma vergonha ridícula. A menina não abraça menina por ter medo de ser chamada de "lésbica", o menino não abraça menino por ter medo de ser chamado de "gay", e os homossexuais, escondem os seus sentimentos com medo de serrem rechaçados pela família e pela "comunidade".

Assim, vamos armazenando sentimentos que precisam sair de alguma forma, e normalmente, todas as emoções traduzem-se em raiva e/ou tristeza, uma sombra que se esconde por trás da tua aparente figura. Quanto mais tempo tu sofres calado, mais doente vais ficar..." - Paulo Roberto Gaefke


1. O meio-termo entre a necessidade da fala e o silêncio
Sabemos que o silêncio é sábio, e é sempre bom pensar antes de falar, afinal, antes algumas palavras ignorantes, ante um comentário fora do lugar ou ante uma expressão inadequada, optemos sempre por fechar a boca e agir com mais inteligência do que aquele que fala sem pensar.
Mas devemos encontrar um equilíbrio entre o silêncio e defesa das nossas necessidades:
Silenciar os nossos sentimentos ou os nossos pensamentos deixa que, a pessoa que está na nossa frente, não saiba que está a magoar-nos, ou que está a ultrapassar alguns limites. Ninguém consegue adivinhar o pensamento dos outro, por isso se não dizermos aquilo que nos faz mal ou que nos ofende, as outras pessoas não o saberão.  
Existem silêncios sábios e palavras sábias. Saber quando se calar e quando falar é, possivelmente, a melhor habilidade que podemos aprender a desenvolver. Não se trata, de modo algum, de estar sempre calado ou de dizer aquilo que temos em mente. Os extremos nunca são bons. Mantêm o equilíbrio, mas lembra-te sempre que esconder os sentimentos pode magoar-nos. Tu permites que outros invadam o teu espaço pessoal, que atravessem os limites e que falem por ti ou que escolhem por ti. No final, tu serás quase uma marioneta guiada por fios alheios. 


2. As palavras silenciadas convertem-se em doenças psicossomáticas
Tu não ficarás surpreso em saber que a mente e o corpo estão intimamente relacionados e conectados. A conexão é tão grande que os especialistas advertem que quase 40% da população sofre ou sofreu na sua vida com alguma doença psicossomática.

O nervosismo, por exemplo, altera as nossas digestões, causa diarreias ou a clássica dor de cabeça. Muitos herpes labiais são desencadeados por processos de stress elevados, de nervosismo e febre. Logo, ficar calado todos os dias e interiorizar o que sentimos e o que pensamos gera no nosso organismo uma lata carga de ansiedade.
pensa em todas aquelas palavras que não desejas dizer aos teus pais ou aos teus amigos para não ferir os seus sentimentos. Eles fazem coisas por ti pensando que estão a ajudar, quando na verdade não estão nem a contribuir. Porque tu não contas a verdade? Tudo isso, no final, irá originar doenças psicossomáticas, enxaquecas, pressão alta, cansaço crónico.


3. Dizer em voz alta as tuas palavras: a chave do desabafo emocional
Não tenhas medo de ouvir a tua própria voz, e muoto menos que os outros também o façam. É algo tão necessário como respirar, como comer, dormir. A comunicação emocional é ideal para o nosso dia a dia, para estabelecer relações mais saudáveis com os demais e, logicamente, com nós mesmos.
Algumas dicas básicas para obter sucesso:

-Pensa que tudo tem um limite: Se não dizermos em voz alta tudo aquilo que pensamos e sentimos, não estaremos a atuar com dignidade, perdemos a nossa autoestima e o controlo da nossa vida. Primeiramente, toma consciência de que dizer o que estás a pensar e precisar é um direito.

-Dizer o que tu pensas não é causar danos a ninguém: Significa que sabes te defender e, por sua vez, informar aos demais de uma realidade que deveriam conhecer.

Não fiques preocupado com a reação das pessoas, não tenhas medo: Porém, se tu te preocupas muito com o que pode acontecer, podes preparar antes as possíveis reações. Um exemplo: estás cansado do facto de que os teus pais apareçam na tua casa todos os fins de semana e que não estás a ter relações com o teu companheiro. De que maneira tu acreditas que irão reahir? Se tu acreditas que eles irão ficar chateados, prepara-te para jutificar que não existe razão para mágoas. Caso tu penses que eles vão ficar magoados, prerpara também o modo como irás argumentar, para não os ferir.

Dizer em voz alta aquilo que sentimos e pensamos é, na verdade, o melhor modo de libertação emocional que existe. Pratica-o com sabedoria, cuida de ti mesmo.
 
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